Entrevista com Joel Houston (Hillsong United)


A seguir uma transcrição de uma entrevista dada por Joel Houston, lider do Hillsong United, em 2007 para a revista eletrônica Christianity Today no Blog. Leiam e veja como esta entrevista está atual, independente do ano em que foi realizada.

Vale lembrar que o ministério Hillsong United vem ao Brasil em 13 e 14 de Novembro e farão shows em Porto Alegre e São Paulo. Há uma caravana da Juventude Batista do ConeLeste que você pode se inscrever e fazer o depósito para ingressos mais baratos. Para Saber mais, clique aqui.

Considerando quão cheia a “cena” do louvor contemporâneo americano se tornou, seu grupo tem mantido uma crescente na popularidade. Como vocês chegaram a esse ponto?

Joel Houston: Consistência. Apenas “fazendo”. Nós até não nos vemos como uma banda tanto quanto como parte de um movimento – Eu acho que talvez até como o bocal pra isso. Tudo isso se inicia em casa, com nossa igreja, a comunidade local. Agora que nós viemos para os EUA e nos unimos com as pessoas aqui e ao redor da Terra (nós estamos descobrindo), que nós compartilhamos a mesma fé, a mesma paixão, o mesmo coração. O que nós estamos fazendo é fluir. Eu não acredito que seja algo que fazemos por 5 anos, e depois o United se torna dispensado. Idealmente é algo que continua, algo que a gente constrói no decorrer do tempo.

Seu impacto continua a ganhar impulso enquanto conversamos. Você acredita que um dia irá se tornar tão grande que vocês não saberão como lidar com isso?

Houston: Eu acredito que com certeza existem certas coisas que devemos pensar a respeito. Mas nossa esperança é manter o mais importante sendo o mais importante. E se o mais importante é criar musicas que pessoas possam cantar em igrejas e que jovens possam se conectar a Deus através delas, eu acho que está bom. Contanto que estejamos sempre mantendo o compromisso com o chamado que temos de servir a igreja e continuar sendo esta nossa base para o porquê do que fazemos. Nós podemos estar em turnê 365 dias por ano, mas nós não estamos, porque este não é nosso chamado. As gravadoras irão dizer para nós fazermos isso porque isso ajudará a vender mais álbuns. Mas no fim do dia, não é o que fazemos.

Então estar no topo das paradas não é a de vocês.

Houston: O desejo é alcançar o máximo de pessoas possível, então isso é provavelmente demonstrado quando mais pessoas compram os álbuns. Mas esse não é o negócio que estamos fazendo. O que estamos fazendo é alcançando o máximo de pessoas que podemos com a mensagem que temos.

Você mencionou seus fortes laços com a igreja local. Quem coloca as limitações em quanto de autonomia vocês têm em termos de turnês e compromissos externos?

Houston: É muito amável o quanto não queremos estar fora – nós não queremos perder muito. Nunca existem conflitos. Isso é realmente uma bênção da nossa liderança e pastores titulares, que tem a palavra final. Se tem alguma coisa que sentimos que será algo bom de fazer, nós dizemos “Nós vamos estar fora esses dias. Vai funcionar com o calendário da igreja?” Antes mesmo de checar, antes mesmo de perguntar, nós olhamos o que vai estar rolando na igreja: Quem está fora, que esta em casa. Então, todos trabalham juntos para resolver essas coisas.


Joel Houston (o primeiro à direita), líder do Hillsong United.

United levantou uma aprovação dos jovens, em parte devido à seus shows eufóricos ao vivo e momentos poderosos de adoração. Como você tem certeza que o aspecto do show de rock não obscureça o contexto de adoração?

Houston: Para nós, é sendo realmente você mesmo. A idéia é que o Espírito Santo faz o seu trabalho e, contanto que estejamos no lugar correto, as pessoas vêem isso. Muitas pessoas vêm aos nossos shows com críticas, mas saem com uma perspectiva diferente – ao longo da noite eles notam a diferença. Ocasionalmente, você irá encontrar uma audiência que você sente que a atenção dela está em tudo que acontece em cima do palco. Especialmente na América do Sul – é uma cultura bem intensa, mais do que nos EUA. Mas depois da quarta ou quinta música, nós dizemos “Ok galera, é por isto que estamos aqui”.

Muitas vezes o Espírito Santo faz esse trabalho para nós. Mas a chave é apenas ir para este lugar você mesmo. Às vezes as pessoas tentam colocar máscaras – tipo que eles querem parecer espirituais, ou seja lá o que for. Mas para nós é tipo: “Tire as máscaras. Deixe que as pessoas vejam-nos verdadeiramente adorando.” Porque sendo transparente, as pessoas podem ver Deus em nós. Essa é a nossa mentalidade.

Com tantos fãs que adoram o trabalho do United, existe em algum momento a tentação para você se tornar
o foco da adoração?

Houston: Sempre existe aquela tentação, com certeza. A natureza humana é egocêntrica. Você vê o tempo todo na indústria de música Cristã – as pessoas desviam o foco para si mesmas. É uma grande ferramenta do inimigo. Mas nós temos uma incrível rede de suporte. Nós somos todos muito honestos um com o outro. Eu acho que o que é muito bom para nós é que a força de quão grande isso tem se tornado, é tão maior que qualquer um de nós individualmente. Contanto que as pessoas tragam o que elas têm – a soma das suas partes multiplicada pela Graça de Deus – então é uma oportunidade verdadeiramente nobre.

O seu chamado é escrever músicas que a igreja possa cantar. Mas o novo álbum All of the above é mais focado em missões do que congregacional, em estilo de escrita. Por quê?

Houston: A minha revelação de adoração aponta para fora. Se nós somos uma verdadeira banda de adoração, eu sinto que nós devemos comunicar ambos: precisamos escrever músicas que glorifiquem a Deus liricamente, mas também escrever músicas que glorifiquem a Deus na maneira que vivemos nossas vidas. As pessoas falam dessa revolução de adoração que ocorreu nos últimos dez anos que era focada apenas em adorar a Deus em música. Saindo deste período, eu acho que o testemunho é que nós seremos julgados em como a igreja viveu em relação a se tornar as mãos e os pés de Jesus e ajudando os necessitados. Essa é uma revelação que tem sido muito forte para a nossa igreja. O que nós fazemos na música é um reflexo do que vivemos em casa.

Fale sobre o “I Heart Revolution”.

Houston:
É tudo sobre criar um retrato global de cultura e pessoas vivendo vidas verdadeiras – circunstâncias diferentes, raízes diferentes, mesmo assim vivendo para o mesmo Deus, para a mesma causa. A idéia toda é motivar a igreja local em relação a o que eu estava falando agora a pouco: amar a Deus na música e com as nossas vidas, mas também viver isso de uma maneira que atinja e contagie a nossa comunidade. O conceito inteiro é: se jovens da Austrália se estimularem em relação à adoração e a atingir a sua comunidade, e se jovens da América do Sul fizerem o mesmo, se isso acontecer por todos os lugares, então a igreja ao redor do mundo, junta, poderá buscar iniciativas maiores.

Que tipo de iniciativas maiores?

Houston: A mensagem toda é, na verdade, sobre virar as costas para o individualismo e não viver vidas focadas somente nelas mesmas. Nós vemos como isso é relevante para qualquer contexto e qualquer cultura. Como adoração e justiça se relaciona a jovens na América do Sul, ou como adoração e justiça se relaciona a jovens aqui nos Estados Unidos. O aspecto do movimento de juntar recursos para igrejas locais e jovens para fazer coisas que são muito simples, e ao mesmo tempo grandes. Em resumo, é ajudar pessoas que precisam ser ajudadas – foco local, impacto global.

A cultura adolescente, em geral, é muito materialista e individualista. Como fazer a geração IPod adorar por ações de serviço?

Houston: Eu acho que esse é o maior desafio para a nossa geração. Minha revelação de adoração é “Amar a Deus, amar as pessoas”. Isso é doar de si mesmo, ser obediente, sacrifício. Esse é exatamente o oposto do individualismo, o oposto de desviar o foco para si mesmo. A ferramenta número um do inimigo é criar uma igreja de Cristãos que é feliz, complacente e contente. “Ótimo serviço, eu me diverti muito, eu adorei a música.” Isso é ser Cristão para muitas pessoas.

Tudo na nossa cultura é focada para o indivíduo. Tudo aponta para você. Digamos, hipoteticamente, que eu quisesse seguir carreira solo. Isso iria se opor diretamente com o que eu penso que Deus realmente quer que eu faça. Não me entenda errado. Não estou dizendo que o chamado de alguns não seja seguir carreira solo, e todos lutam entre seu chamado e seus sonhos. Eu mesmo lido com isso todos os dias, e combato. Mas se os jovens tivessem que entender que a nossa caminhada da fé é uma decisão diária para fazer esses sacrifícios – se nós entendêssemos isso e vivêssemos isso, então a igreja seria o que ela verdadeiramente foi chamada para ser.

Ricardo Oliveira
traduzido por: Bruno Paes e Melina Rachel
Matéria extraída de: Diversitá.blog
Fotos: Hillsong United Brasil

Comentários

Anônimo disse…
Na verdade, em vez de serviço creio que a tradução seja culto ("service" em inglês) --- “Ótimo serviço, eu me diverti muito, eu adorei a música.”
Anônimo disse…
Gostei de conhecer sobre esta banda que só há pouco tive a oportunidade de ouvir melhor suas músicas. Músicas que por sinal têm cooperado para o momento de louvor, meu e de minha família.
Dou graças a Deus pela seriedade da banda, observada na entrevista, com a qual ela se conduz no seu ministério.

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